









Immaginate il Portogallo, non oggi con le sue spiagge affollate, ma nel XIX secolo, in un’epoca in cui i monaci avevano un problema… anzi, una risorsa in esubero: i tuorli d’uovo! Sì, perché in quel di Lisbona, precisamente nel Mosteiro dos Jerónimos a Belém (ai tempi era un quartiere un po’ fuori porta, mica come oggi!), i nostri bravi frati erano dei maestri nel candeggiare e inamidare le loro tonache (immaginate lo sforzo, senza lavatrici!), e per farlo usavano, udite udite, gli albumi. E indovinate cosa restava? Esatto, un mare giallo di tuorli.
“E ora che ci facciamo con tutti questi tuorli?” si saranno chiesti, grattandosi le teste rasate. Erano in un periodo un po’ così, i conventi stavano chiudendo, la vita si faceva dura, e l’ingegno, si sa, aguzza la fame… o la voglia di dolce! Fortunatamente, proprio lì vicino c’era una zuccherificeria, e come per magia, i frati ebbero l’illuminazione: il Pastel de Belém (che è il nome originale, poi diventato per tutti Pastel de Nata). La ricetta, giuro, è ancora segretissima, custodita gelosamente in una pasticceria che aprì i battenti nel 1837 proprio per venderli e far cassa. Ma noi, che siamo impiccioni e un po’ maghi, ci avviciniamo alla versione che fa felice il palato di tutti.
Allora, pronti per la magia? Prendi della pasta sfoglia (quella di qualità, non siate tirchi!), stendila, spennellala con del burro fuso se vuoi esagerare (i frati facevano di meglio, ma noi siamo smart) e poi arrotolala stretta stretta come un salame. Metti questo cilindro a riposare un po’ in frigo, deve capire chi comanda! Nel frattempo, prepariamo la crema, che è il cuore goloso della faccenda: in un pentolino metti a scaldare latte e farina (o amido, per i puristi senza glutine), mescola che non si formino grumi che sembrano sassolini. A parte, in un altro pentolino, prepari uno sciroppo da urlo con acqua, zucchero, una bella stecca di cannella che profuma di avventura, e una scorza di limone a dare quel pizzico di acidità che fa la differenza. Quando lo sciroppo bolle e sembra uno specchio dorato, lo togli dal fuoco e lo versi a filo, piano piano, nel composto di latte e farina, girando come un forsennato per non fare il pasticcio. Lascia intiepidire, che sennò l’incantesimo fallisce. Ed ecco che entrano in scena loro, i tuorli (e magari qualche uovo intero, per dare corpo all’anima). Aggiungili alla crema ormai tiepida, mescola con dolcezza finché tutto non è liscio e fluido come un fiume di seta. Riprendi il tuo rotolo di sfoglia sognante dal frigo, taglialo a rondelle, e schiaccia ogni rondella con i pollici negli stampini, spingendo la pasta verso l’alto per formare dei piccoli cestini croccanti che aspettano solo di essere riempiti. Versa la crema, riempiendo circa i tre quarti, e via in forno caldissimo, ma tipo molto caldo, sui 250°C o anche di più, per pochi minuti! Devono cuocere rapidi, che i bordi della sfoglia si sbriciolino e la crema si ricopra di quelle macchie scure e caramellate che sono il loro marchio di fabbrica. Sforna, lascia intiepidire un attimo – o mangia subito rischiando la lingua, lo ammetto, lo faccio sempre! – e spolvera con cannella in polvere o zucchero a velo. Ecco a voi, l’oro portoghese è servito!
👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑👑
🇵🇹 A História e a Receita do Pastel de Nata
Imaginem Portugal, não hoje com as suas praias lotadas, mas no século XIX, numa época em que os monges tinham um problema… ou melhor, um recurso em excesso: as gemas de ovo!
Sim, porque lá em Lisboa, precisamente no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém (na altura era um bairro um pouco fora da cidade, nada a ver com hoje!), os nossos bons frades eram mestres em branquear e engomar as suas batinas (imaginem o esforço, sem máquinas de lavar!), e para isso usavam, pasmem-se, as claras. E adivinhem o que sobrava? Exato, um mar amarelo de gemas.
“E agora, o que é que havemos de fazer com todas estas gemas?” devem ter-se perguntado, coçando as suas cabeças rapadas. Estavam numa fase difícil, os conventos estavam a fechar, a vida tornava-se dura, e a necessidade, já se sabe, aguça o engenho… ou a vontade de um doce!
Felizmente, ali perto havia uma refinaria de açúcar, e como por magia, os frades tiveram a iluminação: o Pastel de Belém (que é o nome original, depois tornado para todos Pastel de Nata). A receita, juro, ainda é secretíssima, guardada ciosamente numa pastelaria que abriu as portas em 1837 precisamente para os vender e fazer dinheiro. Mas nós, que somos intrometidos e um pouco mágicos, vamos aproximar-nos da versão que agrada ao paladar de todos.
✨ A Magia na Cozinha
Então, prontos para a magia?
A Base Crocante: Pega na massa folhada (aquela de qualidade, não sejas forreta!), estende-a, pincela-a com manteiga derretida se quiseres exagerar (os frades faziam melhor, mas nós somos smart!) e depois enrola-a bem apertada, como um salame. Põe este cilindro a descansar um pouco no frigorífico, tem de perceber quem é que manda!
O Coração Cremoso: Entretanto, preparemos o creme, que é o coração guloso da coisa: numa panelinha, põe a aquecer leite e farinha (ou amido, para os puristas sem glúten), mexe para não formar grumos que parecem pedrinhas.
A Poção Secreta: À parte, noutra panelinha, prepara uma calda de açúcar de babar com água, açúcar, uma boa canela em pau que cheira a aventura, e uma casca de limão para dar aquele toque de acidez que faz a diferença.
A Mistura Perfeita: Quando a calda ferver e parecer um espelho dourado, tira-a do lume e verte-a em fio, devagarinho, no composto de leite e farinha, mexendo como um louco para não fazer asneira.
O Encanto: Deixa arrefecer um pouco, senão o feitiço falha. E eis que entram em cena elas, as gemas (e talvez um ovo inteiro, para dar corpo à alma). Junta-as ao creme já tépido, mexe com delicadeza até que tudo esteja liso e fluido como um rio de seda.
Moldar e Encher: Volta a pegar no teu rolo de massa folhada sonhador no frigorífico, corta-o em rodelas, e esmaga cada rodela com os polegares nas formas, empurrando a massa para cima para formar uns pequenos cestinhos crocantes que esperam apenas de ser recheados.
O Fogo da Glória: Verte o creme, enchendo cerca de três quartos, e vai para o forno super quente, mas tipo muito quente, a uns 250
∘
C ou até mais, por poucos minutos! Têm de cozer rapidamente, para que os bordos da massa folhada se esfarelem e o creme se cubra daquelas manchas escuras e caramelizadas que são a sua marca de fábrica.
Servir a Magia: Tira do forno, deixa arrefecer um bocadinho – ou come logo arriscando a língua, confesso, faço-o sempre! – e polvilha com canela em pó ou açúcar em pó.
Aqui está, o ouro português está servido!
Se puoi lascia un’emozione sarà la benvenuta